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13/12/2011

Quirinópolis, Goiás: a nova capital das biorrefinarias



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Em 2005, o município de Quirinópolis, no sul de Goiás, não tinha um único pé-de-cana-de-açúcar. Produzia apenas soja e gado. Seis anos depois, mais de um terço de suas terras passou a ser ocupado pela cana, num movimento que marca a expansão dos canaviais paulistas pelo Centro-Oeste.

O novo perfil econômico é a origem do apelido recebido por Quirinópolis: “Sertãozinho de Goiás”, uma referência a um dos principais pólos da cana em São Paulo. Dos 45 mil habitantes da cidade, 3.600 trabalham diretamente na usina Boa Vista, uma associação entre o grupo São Martinho e a Petrobras, e a usina São Francisco, do grupo paulista USJ e da Cargill.

As duas usinas, novinhas em folha, já estão em fase de ampliação, com projetos que, somados, deverão consumir mais de 1 bilhão de reais. Com capacidade de moer 8 milhões de toneladas de cana por dia na safra 2014/15, a Boa Vista se prepara para receber o título de maior usina de etanol do mundo.

Ao contrário do que acontece em outras atividades agrícolas, como o plantio de milho e soja, que pode ocorrer independentemente de haver na região uma indústria beneficiadora, a cana chega e traz consigo ao menos a usina para processá-la. O que explica o gigantismo da Boa Vista é, principalmente, a abundante oferta de terras na região e a previsão de que o cultivo da cana vai se alastrar pelo sul de Goiás.

“O setor era chamado de sucroalcooleiro, virou sucroenergético e agora as usinas têm sido tratadas como biorrefinarias. Com operações modernas, a região de Quirinópolis tem uma enorme chance de se desenvolver”, diz Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura.

Levando-se em conta o que aconteceu em grandes pólos da indústria, como na paulista Ribeirão Preto, a cidade de Quirinópolis tem potencial para assistir ao crescimento do segmento de prestação de serviços e pesquisa tecnológica ligada ao setor.

Por enquanto, a região está no início desse processo. Mas, movidas pela cana, muitas melhorias já podem ser sentidas. Nos últimos cinco anos, Quirinópolis passou da 39ª para a sexta posição entre as de melhor qualidade de vida em Goiás. Desde 2005, o número de empresas na cidade cresceu mais de 250%, para 3.300.

A rede hoteleira ampliou sua capacidade em 70%. A valorização média dos imóveis nos últimos seis anos foi de 40%, e o número de veículos mais que dobrou – a cidade tem hoje um carro para cada dois habitantes. “O crescimento é notório. Todo dia uma nova loja é aberta”, diz Juliano Ramos, diretor da Avam, empresa de Pradópolis, São Paulo, que se instalou em Quirinópolis para atuar no corte e transporte da cana.

No ano passado, a Mares Construtora, de Goiânia, também chegou à cidade. A princípio, seus donos imaginaram que não teriam demanda para apartamentos muito amplos e lançaram um empreendimento com unidades de 92 metros quadrados. Menos de um ano depois, o projeto foi redimensionado para apartamentos de 184 metros quadrados.

E foi assim, com apartamentos maiores e mais caros (cada um custa R$ 398 mil), que a construtora vendeu todas as unidades, mesmo com a obra mal saída das fundações. Nos últimos dois anos, as lojas de material de construção registraram crescimento nas vendas de até 300%.

“Quando a cana chega, a primeira coisa que muda é o setor de construção”, diz Márcia Azanha de Moraes, professora da Esalq/USP, que estou o impacto da atividade sobre a economia de diversos municípios do país.

Na região de Quirinópolis, terras de qualidade não faltam. E a logística é, no mínimo, razoável para os padrões brasileiros. A cidade está a 80 quilômetros de São Simão, onde fica o aeroporto com a segunda maior pista de Goiás. É lá que também passam a BR-364, que faz a ligação do município com Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a BR-365, que leva ao Triângulo Mineiro e a São Paulo, e a rodovia estadual GO-164, com destino a Goiânia.

Quirinópolis também conta com um dos portos da hidrovia Tietê-Paraná e será cortada pela ferrovia Norte-Sul. São Simão tem uma unidade de beneficiamento de soja da Caramuru, mas a cana começa a aparecer. Em 2007, não havia um único canavial na cidade. Hoje eles ocupam mais de 6 mil hectares (Revista Exame, edição 1006)


Fonte:Brasil Agro



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