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10/04/2014

Palha e impurezas da colheita mecanizada de cana devem transformar-se em insumo

Flávia Gouveia


Cana-de-açúcar


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Nos últimos cinco anos, o sistema produtivo da cana-de-açúcar sofreu mudanças como o aumento da colheita mecanizada da cana crua, acompanhado de maior volume de impurezas vegetais na matéria-prima, maior desgaste dos equipamentos e redução significativa do teor de sacarose da cana colhida. O gráfico a seguir, apresentado no 16º Seminário de Mecanização e Produção de Cana-de-Açúcar pelo diretor do Grupo IDEA Dib Nunes Jr, retrata essa evolução, com informações sobre o percentual de colheita mecanizada no Centro Sul e os percentuais de pol (sacarose aparente) e fibra de cana. 


Histórico da Qualidade de Matéria Prima X Evolução da Colheita Mecanizada no Centro Sul 

Gráfico
Fonte: MAPA/CTC/IDEA. 

O índice de impurezas vegetais na cana crua colhida mecanicamente atingiu mais de 8% das cargas entregues nas usinas. Segundo o site do Grupo IDEA, pesquisas apuraram que cada 1% de palha na carga causa redução de 2,3% na moagem, 3,1% na capacidade do difusor, 0,1% na extração, 0,3% na pureza do caldo e 0,25% unidade de pol de cana (%). “Os custos de colheita sofrem elevação devido à redução na densidade de carga e à necessidade de maior número de viagens e de investimentos em frota”, explica o diretor do IDEA. 

Uma alternativa para minimizar o problema das impurezas é utilizar a palha da cana-de-açúcar e as impurezas vegetais como fontes de biomassa. Jak Torretta, diretor de produtos da AGCO para América do Sul, ressaltou durante sua apresentação no 16º Seminário de Mecanização que o palhiço da cana tem um elevado poder calorífico, que deve ser aproveitado. “Uma tonelada de palha pode transformar-se em 0,88MW/h ou 250 litros de etanol de segunda geração”, informou o diretor de produtos. 

Custo 

Segundo Torretta, o que mais pressiona o custo com a palha de cana são as etapas de enfardamento e transporte rodoviário, que representam cerca de 70% do custo total. Torretta e Marcelo Pupin, coordenador de marketing de produtos da marca Valtra, pertencente ao grupo AGCO, apresentaram soluções em enfardadeiras, com bons resultados em redução de custos. 

Antônio Celso da Silva Jr, consultor do Grupo IDEA, apresentou três estudos de caso sobre os custos do recolhimento e do transporte integral de cana-de-açúcar. Ao compará-los, verificou que a umidade da palha e a eficiência da limpeza a seco têm grande influência nos resultados. “A colheita parcial ou integral apresentou menor consumo de combustível por tonelada de cana colhida, além da redução de perdas. Já a palha enfardada apresentou custos inferiores a maiores distâncias, sendo a palha transportada uma alternativa para distâncias próximas à usina”, concluiu o consultor.
 
Em sua palestra para o mesmo seminário, Dib Nunes Jr. compara três modos de colheita – normal, parcial e integral – com diferentes rotações e velocidades e conclui que, para se tomar uma decisão sobre métodos de aproveitamento da biomassa excedente da cana e investimentos a serem realizados, é necessário levantar todas as variáveis locais, como o volume de produção de cana e de palha, a distância média percorrida, o tipo de frota utilizado, a umidade da palha, a existência limpeza a seco, a capacidade de moagem, a eficiência industrial e o clima da região. “Cada caso deve ser avaliado individualmente”, recomendou.


Fonte:AlcScens



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