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19/03/2013

Desafios da pesquisa ambiental

Por Luiz Paulo Juttel

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A ciência de qualidade, publicada em periódicos científicos internacionais, embasa o debate social e as políticas públicas ligadas a questões ambientais em todo o globo. Para fazer parte desse debate, cientistas do Estado de São Paulo e do Brasil precisam elevar o nível de originalidade, sofisticação e o impacto das suas pesquisas a fim de que seus artigos sejam aceitos em grande volume por tais revistas. Esse foi o desafio proposto pelo diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, aos presentes à aula inaugural do Programa de Doutorado em Ambiente e Sociedade da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A apresentação “A FAPESP e os desafios em Pesquisa Ambiental em São Paulo”, ministrada por Brito Cruz na quarta-feira (13/03), trouxe dados que mostram um aumento significativo no número de artigos publicados por pesquisadores atuantes no Brasil no tema ambiente e ecologia. Na década de 1980, periódicos internacionais publicavam cerca de 10 artigos brasileiros por ano. Atualmente, esse número saltou para 600, o que significa uma elevação expressiva na quantidade de pesquisadores dedicados a esse tipo de pesquisa.

Entretanto, o impacto desses trabalhos na comunidade científica global e o número de citações recebidas, continua abaixo da média mundial. “Ainda não estamos criando ciência que tenha mais importância do que a melhor ciência feita no mundo”, afirmou Brito Cruz.

Para modificar esse cenário, o diretor científico da FAPESP disse que é preciso publicar mais em língua inglesa, ampliar as parcerias no âmbito nacional e internacional e estimular pesquisas com caráter interdisciplinar. Brito Cruz citou o exemplo do Programa de Pós-graduação Interinstitucional em Bioenergia, promovido pelas três universidades estaduais paulistas: Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), no qual o aluno poderá cursar disciplinas livremente nas três universidades, o que amplia a chance de o estudo ganhar um caráter realmente interdisciplinar.

Durante a aula inaugural, Brito Cruz mostrou como a FAPESP tem contribuído para o fomento das pesquisas e para a formação de recursos humanos qualificados na área ambiental, por meio de três programas: o de bioenergia (BIOEN), de biodiversidade (BIOTA) e de mudanças climáticas (PFPMCG). Juntos, os três reúnem mais de 500 pesquisadores e 1.700 alunos de pós-graduação participantes.

Entre os resultados dos programas, destacam-se 19 decretos, resoluções e leis criados com base em resultados de pesquisa do BIOTA. “Ter uma pesquisa citada em uma lei é algo espetacular, porque a ciência gerou impacto para melhorar a política pública em um estado do tamanho da Argentina ou da Espanha”, afirmou Brito Cruz.

Por fim, o diretor científico enfatizou o papel da FAPESP no estímulo à pesquisa nas mais diversas áreas do conhecimento. Segundo Brito Cruz, as principais instituições de fomento à pesquisa ao redor do globo têm sofrido pressão para aprovar projetos que tornem a indústria mais competitiva, cure doentes ou diminua a pobreza. A FAPESP se interessa por projetos com essas características. Por outro lado, também “valoriza aquele tipo de pesquisa que faz a humanidade ficar mais sabida”, declarou Brito Cruz.

Doutorado em Ambiente e Sociedade

O Programa de Doutorado em Ambiente e Sociedade da Unicamp é organizado pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) e pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam). A coordenadora do programa, Leila da Costa Ferreira, explicou que o diferencial do curso ministrado há cinco anos pela universidade reside no caráter interdisciplinar das disciplinas oferecidas e dos projetos de pesquisas executados.

O curso recebeu conceito cinco na avaliação dos programas de pós-graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Em 2012, cerca de 50 projetos de pesquisas participaram da seleção que aprovou oito alunos ingressantes, dentre as 15 vagas oferecidas.

Além de Ferreira, participaram da mesa de abertura da aula inaugural do Programa de Doutorado em Ambiente e Sociedade o coordenador do Programa BIOTA-FAPESP, Carlos Alfredo Joly, o pró-reitor de Pós-Graduação da Unicamp, Euclides de Mesquita Neto, e a coordenadora de Pós-Graduação do IFCH, Fátima Regina Évora.


Fonte:Agência FAPESP



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